Carta para uma Mãe

Mãe,
Eu sei que às vezes você esquece, mas… olha o quanto você caminhou.

Você lembra daquele dia?
O dia em que ele chegou ao mundo — pequeno, frágil, cabendo inteiro no seu peito.
O mundo parou.
E você renasceu junto com ele.

Vieram as madrugadas intermináveis, as olheiras, o cansaço que parecia não ter fim.
Vieram as dúvidas, o medo de errar, a vontade de dar conta de tudo… e a sensação de não conseguir dar conta de nada.
Mas você conseguiu.
Em cada noite sem dormir, você se fez abrigo.
Em cada choro acalmado, você se fez força.
Em cada dia difícil, você se fez amor.

E sem perceber…
Aquele bebê foi crescendo.
A cada fase, uma nova despedida silenciosa:
O primeiro sorriso, o primeiro passo, a primeira palavra, o primeiro “eu consigo sozinho, mamãe”.

A mãozinha que antes cabia inteira na sua agora se estica, maior, firme…
E um dia, você repara que ela já não cabe mais na sua como antes.
E dói.
E orgulha.
E emociona.
Tudo ao mesmo tempo.

Porque o tempo passa mesmo, mãe.
Passa nos detalhes, nos centímetros a mais, nas roupas que já não servem, no quarto que vai ficando diferente.
Passa nos dias que você não percebe, porque está ocupada amando, cuidando, sobrevivendo.

Mas nenhuma fase é perdida.
Nenhuma é pequena.
Cada uma delas carrega um pedaço de vocês dois.

Então, mãe…
Se hoje o cansaço pesa, olha para trás um pouquinho:
Você já fez tanto.
Você já cresceu tanto quanto ele.

E mesmo que a mão dele não caiba mais perfeitamente na sua,
o coração dele… ah, esse sempre vai ter o seu lugar.

Então curta cada segundo, cada desafio, fase, e saiba vai passar e a saudade essa estará sempre presente!

Com amor,
De uma mãe para outra.